quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Soluções para uma vida melhor.



No (tórrido) salão nobre da reitoria da Universidade de Lisboa, no discurso de apresentação do programa eleitoral do PCP, Jerónimo de Sousa foi claro ao rejeitar coligação com o PS, por manter "intocável o poder económico".
O secretário-geral dos comunistas apresentou, perante cerca de 150 pessoas, um programa com "Soluções para uma vida melhor", centrado numa política de "ruptura, patriótica e de Esquerda". Em contraponto com o que consideram ser a continuidade da "política de Direita", defendida pelo PS.
"O PCP será governo, se e quando o povo português quiser", acentuou Jerónimo sem abrir a porta à coligação com o PS. "Não. Não contem com o PCP para contribuir para uma política desta natureza", disse depois, criticando a política do PS que "mantém intocáveis os grandes interesses". Além disso, garantiu que, "ao fim de quatro anos e meio de Governo PS, a vida está pior para a grande maioria dos portugueses".
Jerónimo não se esqueceu de lembrar que são já 625 mil os trabalhadores desempregados e fez questão de associar a política seguida por Sócrates à do PSD.
"PS e PSD não têm nenhum resposta nova e diferente para os problemas do país". A ruptura é, por isso, a resposta que o PCP tem para dar ao eleitorado.
Assente em três objectivos centrais e desenvolvido por seis políticas-chave, o programa, que além de ser "ruptura, patriótico e de Esquerda", é um compromisso com os trabalhadores, o povo e o país".
O pleno emprego, o crescimento económico, a defesa e afirmação do aparelho produtivo são os objectivos, que serão concretizados através do desenvolvimento de políticas que consolidem as finanças públicas, dinamizem o investimento e valorizam o trabalho e os trabalhadores. Para isso, como se pode ler nas 50 páginas do programa, a banca comercial e os seguros deverão ser nacionalizados para ficarem ao serviço do desenvolvimento social.
Na Saúde, a aposta é na aproximação dos serviços dos utentes, aliada à redução do preço dos medicamentos. Na Educação, a escola pública deve ser gratuita e de qualidade, enquanto no Ensino Superior deve ser alterado o regime de financiamento. A oposição à revisão das leis eleitorais e a regionalização estão também vincadas no texto programático, que não omite a oposição do PCP ao Tratado de Lisboa nem o alerta para eventuais privatizações em diversas áreas como as da segurança interna. Além das políticas propostas para a legislatura, e porque a crise requer respostas urgentes, os comunistas propõem 26 medidas (ler caixa).
Apresentado o programa, restou a Jerónimo apelar ao voto para que seja "alterada a correlação de forças" e "ditar uma outra política."

http://http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1332266

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