quinta-feira, 16 de julho de 2009

Conversa fiada!

Parole … parole


O título da canção italiana traduz a crítica às palavras sem consistência das forças da política de direita e do oportunismo dos «cucos». E verbera o «vale tudo» de uma forma de estar na política que expressa interesses contrários aos trabalhadores.
A campanha eleitoral evidenciou que há forças políticas que copiam, sem escrúpulos, não apenas propostas do PCP (nisto o BE é o maior), mas até expressões, que adaptam à sua agenda – assim cai o estigma anticomunista da «cassete», que criou tantas dificuldades ao PCP na defesa das suas propostas.
Ouvir as rábulas da direita sobre a soberania, os MPMEs e os reformados, ou o inefável P. Portas sobre o «trabalho dos deputados CDS» é um momento exigente para resistir à náusea.
Assistir às afirmações de M. F. Leite – paradigma da «política de verdade» -, que tão depressa «rasga» e entra em «ruptura» com as políticas sociais do Governo, como clarifica que não se opõe a coisa nenhuma, evidencia que PS e PSD têm no essencial a mesma política – que conduziu à crise, que nesta fase concentra riqueza e que, na putativa saída da crise, propõe novos cortes na despesa social do Estado, sempre ao serviço dos grandes interesses. É a «banha da cobra» da alternância que não altera patavina da política de direita.
Ouvir de Sócrates cobras e lagartos contra o neoliberalismo ou a defesa do voto de «esquerda» no PS, no «combate contra a direita», em defesa do «Estado Social», põe a nu o «conto do vigário» que persiste na «continuidade» das mesmas políticas neoliberais, que levou a um nível sem precedentes.
Reler a mistificação do «sobressalto» necessário para que o PS se aguente nas próximas eleições e a oferta de álibis à «esquerda» para que continue a governar à direita, quando é evidente a urgência da ruptura e que esta só pode resultar de menos PS e mais PCP, põe a claro que não há palavras bonitas «à esquerda» que possam esconder os projectos dos pré-candidatos a líder do PS ou a PR.
Rever como os «cucos» se põem a jeito de todos os «sobressaltos» e do mais que possa trazer votos, sem princípios nem projecto, mas sempre anticomunistas, que é doentia a ambição de «uma nova esquerda para liderar essa alternativa» (F. Louçã 12.06) e é ainda maior a patranha. Porque sem ruptura com a política de direita e sem o reforço do PCP não há caminho para a alternativa.
O resto são «parole ...» e pouco mais.



Fonte: Carlos Gonçalves








1 comentário:

Anónimo disse...

O PS., contrariamente ao que se pensava depois de Abril, que eram esquerda moderada, enganou-nos. Depois de 80, deitou as "unhas de fora" e mostrou o que era na realidade, do centro, mais para a direita, poderemos dizer que é uma direita radical, e suporte do capitalismo neo-liberal em Portugal.
O CDS/PP, são a antiga U.N., mas ressabiados.
O PPD/PSD são a direita liberal do antigo regime, mascarada de Social Democracia. Note-se que social democracia não é o mesmo que Democracia Social.
O B.E., tem o Francisco Louçã, o bem falante e quase convincente "trotskista", isto se ele soubesse o que isso quer dizer. Talvez já tivesse ouvido falar quando se passeava pela LCI.
Só gostaria de saber quem aguenta financeiramente o BE.
Temos o nosso partido, o PCP.
Para mim, só temos que actualizar mais o discurso para chamarmos até nós os que, por indecisão, ainda duvidam que nós somos o motor que poderá fazer Portugal sair, desta e das outras crises que se irão seguir.
Poderia dizer mais, mas aqui, ....
Quanto à "cassete", como diria o saudoso camarada Alvaro. Se não são capazes de dar solução aos problemas do nosso país, seremos obrigados a continuar a apontar os vossos mesmos erros.
Não é cassete, é disco falhado que não deixa andar a agulha do desenvolvimento nacional.
E quanto ao JAJ. é um"ditadorzinho de uma possivel "Republica das Anonas", se conseguir o que pretende.