segunda-feira, 5 de setembro de 2011

As privatizações «engordam» o capitalismo e prejudicam o povo.

Há que inverter !

O PCP, numa nota divulgada pelo Gabinete de Imprensa, considerou que a decisão promovida pelo Governo na Assembleia Geral da EDP, tal como já tinha feito na GALP e na PT, «constitui um acto de ataque aos interesses nacionais e de inteira submissão ao grande capital nacional e estrangeiro».

«Esta decisão insere-se no processo de privatização da EDP, onde o Estado ainda detém 25 por cento do capital social», realçando o Partido que se trata de «uma empresa de carácter estratégico para o País, na medida em que é o principal fornecedor de energia eléctrica, detém e é responsável por significativos investimentos, designadamente no plano das energias renováveis, e é uma fonte de rendimentos para o Estado, seja por via dos impostos pagos, seja por via dos lucros que tem vindo a acumular, de que são exemplo os mais de 600 milhões de euros, só no primeiro semestre de 2011».

Na EDP, o processo de privatização tem representado «lucros descomunais para os seus accionistas privados – José de Mello, Iberdrola, Cajastur, Senfora, BCP, BES, Sonatrach, Norges Bank, etc. – que ascendem a mais de 1,9 mil milhões de euros de dividendos recebidos só entre 2006 e 2010». Ao mesmo tempo, tal política «vem impondo, ao povo português e à economia nacional, o sistemático agravamento das tarifas eléctricas».

Para o PCP, «a eliminação dos direitos especiais e a privatização da empresa, previstos no programa de submissão e agressão que PS, PSD e CDS assumiram com o FMI e a UE e que o actual Governo se propõe concretizar, conduzirá ao controlo da EDP pelo grande capital estrangeiro (provavelmente alemão e francês) como revelam, aliás, as sucessivas notícias que têm vindo a público».

Desta forma, confirma-se que «a entrega destas empresas altamente lucrativas ao capital estrangeiro constitui moeda de troca para o chamado “empréstimo” do FMI/UE, num processo de dupla extorsão do País, por via dos juros a pagar e da alienação dos seus recursos e património».

Esta «actuação politicamente criminosa», alerta o PCP, «comprometerá direitos dos trabalhadores da EDP, e arrastará consigo uma maior dependência externa do País, o desmantelamento da empresa, o agravamento dos custos energéticos a suportar pelo povo português e pela já muito depauperada economia nacional.

Apelando à rejeição desta medida, por parte dos trabalhadores e do povo português, o Partido sublinha que o seu «carácter ilegítimo» implicará que no futuro a mesma «tenha que ser revertida». Na nota reafirma-se a exigência de «uma EDP pública, ao serviço do povo e da economia nacional – que promova serviços da energia com qualidade, a preços acessíveis para todos», como «a única e verdadeira resposta que serve os interesses do País».


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